O mundo da (in)comunicação

Como se fosse o caminho da ironia, a volta pra casa do trabalho foi fluiu, indo na contramão do resto do dia.
Tem dias que as coisas simplesmente não rendem, e conforme tentamos fazer os projetos evoluírem, nos deparamos com paredes e burrices que travam todo o processo.
Vou lhes dizer uma coisa sobre a faculdade de jornalismo: eles te mandam ler Ilusões Perdidas de Balzac, falando que o jornalismo é isso que o título sugere. Eles reclamam do mercado de trabalho e em quatro anos de curso você não vai ver ninguém falando da profissão com paixão e brilho nos olhos. E a faculdade cria pessoas com preconceitos burros, que desprezam a moda mas também não vestem sacos de batata, por exemplo.
A faculdade de jornalismo é uma ilusão perdida. Hoje, os alunos e professores evitaram a todo custo a discussão que possibilitaria criar um telejornal temático decente. Eles preferiram encaixar um jornal gastronômico em um formato jornal nacional, se recusaram a fazer um roteiro, deixando pautas que formavam a liga das nações, falando de diferentes culinárias - mas não de gastronomia. Isso tudo por que? Se não for para lutar por perfeição no meio acadêmico, então quando? E tem coisa mais próxima de uma reunião de pauta que uma discussão?
Agora deixe-me lhes contar uma coisa sobre pessoas e instituições que lidam com a comunicação: nelas existe tudo, menos comunicação - nem telepatia ou sinal de fumaça e o dia inteiro trava porque cada um só pensa na sua parte do processo. Não há integração e horas de trabalho são perdidas.
Mais uma vez em São Paulo, tudo trava. Mas dessa vez não foi o trânsito.