segunda-feira, 19 de maio de 2008

O que resta?

Quando estamos apaixonados, a loucura é demais para perceber que o que é realmente apaixonante é a companhia de alguém. As horas de puro desejo não constituem um relacionamento. Nem os momentos bons podem constituir, porque nós não somos feitos apenas de coisas boas, mas sim das ruins também.

Não conheço muitos seres humanos bem resolvidos, sem algum problema que pode levá-lo à loucura, que desencadeie doenças pssicossomáticas ou a um ser humano estagnado, sem crescer. Além do stress, numa sociedade de pessoas tão diversificadas, cada um sofre de um mal e o que pode parecer pequeno para uns, é uma tortura para outros e vice-versa.


E nas horas de crise nada como poder contar com o ombro do ser amado pra fazer com que o mundo não importe mais, alguém que não te julgue pelas suas imperfeições e paranóias, alguém que te entenda ou pelos menos entenda que algumas coisas podem machucar e que precisamos de cuidado e acima de tudo do amor que desencadeou o relacionamento.


Mas e se na hora H, ao olhar nos olhos daquele que te vê desmoronar, você se sentir sozinha? Sentir que aquele outro não quer te entender, mas sim julgar o seu problema pequeno, quase um mimo e se ver livre do drama? Uma amiga ouviu do namorado que ele achava que já fazia o suficiente e ela não devia depender dele nessas horas. Eis o exemplo de um companheiro para todas as horas, não?


Os paradigmas mudaram, e as mulheres sabem se virar sozinhas, mas se elas podem contar com aquela ajuda extra, por que não? Será que as coisas mudaram tanto que amor não é mais sinônimo de preocupação em relação ao ser amado? Será que as pessoas entraram tanto na onda de individualismo que prega o mundo, que até o amor virou uma relação de não-interferência e não- relacionamento? E nesses casos, se o ser amado já deixa claro que não é para contar, depender dele, o conceito de relacionamento não acaba por ser destruído? O que resta? Que tipo de amor é esse que fica, um amor de só amar quando tudo vai bem, um amor que só ama durante os contos de fadas? Se for para não contar com a pessoa que dividimos a cama, os planos e os ideais...? Se nas relações humanas, nem por amor um se preocupa com o outro, além do que for dar trabalho...? O que resta?

free music

5 comentários:

Ericka Rocha disse...

Amar é também cuidar do outro...
É muito fácil gostar quando está tudo ótimo! A vida (e principalmente os relacionamentos) não só são feitos de bons momentos...Não é?

AMEI o txt Má...

Um bjão!

Rach disse...

Eu acho que se relacionar não é só amar. Aliás, acho que tem momentos que amor não serve pra nada, se não há manutenção do sentimento. Manutenção mesmo, como lubrificar uma engrenagem que está secando. E cuidado, veja, não é cuidado físico. É um outro cuidado, que cada um tem o seu. Ou você acha como e quando essa engrenagem deve ser lubrificada, ou ela para de funcionar. E o mais importante: não é um OU o outro que fazem esse trabalho. Saõ os dois juntos.

Só mais uma coisa: se num momento de crise vc olhar no olho da pessoa amada e se sentir sozinha, parece que as coisas não vão bem mesmo. Independente de olho lubrificante.

Vai ficar tudo bem! Precisando, grita!

Giulliana disse...

Às vezes só amor não basta...e te pergunto c essas pessoas sabem oq eh amor msmo, sabem q qdo vc ama alguem vc é capaz de dar sua vida por essa pessoa...senao, me desculpe, mas naum eh amor...

Aliás, acho que nem é preciso estar apaixonado pela pessoa, acho q estar com ela nos momentos difíceis eh o mínimo que se pode fazer por um amigo numa hora de necessidade...aliás, a qquer hora...afinal, não somos amigos (nem namorados) só nos momentos bons, certo?!

Fala pra essa sua amiga ficar tranquila, tenho certeza q tem mta gte q ama ela e se preocupa com ela, q enxerga mto além de um corpo, q enxerga a alma e sabe q a pessoa eh sim especial e iluminada, uma pessoa linda de todos os jeitos...e qm naum sabe, ou naum reconhece, qm despreza, não sabe e nem nunca saberá o que tem nas mãos e desperdiça...e dessas pessoas só consigo ter pena, pq infelizmente nunca saberão oq eh amor de verdade e nem oq eh estar com alguem especial.

Gros bisous, cherie!

ps: Música perfeeeeita pra acompanhar!

Anônimo disse...

"All I need is a peace of this mind,
Then I can celebrate"
Musique parfaite pour accompagner la lecture de ton texte.
J'adore ton blog, j'adore ta façon d'exprimer tes idées, les mots, les phrases employées... excellent! Bravoooo ma copine adorée!!
Je t'aime de montao!

Anônimo disse...

O que resta? Resta apenas o egoísmo.
Talvez o medo... o medo de adentrar o universo do outro, o não querer ter mais preocupações. O medo da entrega, quem sabe? O medo de se mostrar vulnerável?

Quem sabe...