O ano em que meus país saíram de férias
Algo em mim se recusa a crescer. É a primeira vez que sinto saudades tão grandes dos meus pais. Isso se mistura com o fato de que eu odiei ser a única da família a ficar em São Paulo. Estudando. Trabalhando. Cansei das minhas preocupações com Angola e afins. Sinto vontades infinitas de ficar em casa e não fazer nada, apenas desperdiçando o tempo útil para fazer muitas outras coisas. Mas não. Além de ficar em São Paulo eu tenho que fazer essas coisas tão adultas como não ter férias de julho. Isso é tão chato, tão, tão chato.
Tenho me sentido a criança d´ “O Ano que Meus Pais Saíram de Férias”, mas pelo menos o menino não tinha que trabalhar. O pior é que eu nunca na vida me senti assim, não consigo falar sobre isso, não consigo encontrar as palavras certas pra definir meus sentimentos e isso é toda uma outra angústia claustrofóbica. Eu nem queria falar sobre isso pra começo de conversa, queria ficar num estado de negação pois sentir saudades intensas estraga todo o meu plano de ser uma viajante despreendida pelo mundo.
Mas já que estamos falando sobre isso, digo que ainda por cima estou verde de inveja e ciúme de todo mundo ir pra Paris menos eu. E eu não ligo o quanto isso é fútil. Eu queria estar em Paris agora, amanhã, sempre mas eu estou aqui enquanto todas as pessoas que eu sinto saudade estão na cidade que eu deveria estar, a minha cidade, a cidade que eu sei aproveitar. Tem coisa mais “O Ano que meus pais saíram de férias” do que isso?
Me sinto tão infantil, mas isso não muda nada porque eu continuo querendo colo, me sentindo sozinha, querendo amor, carinho e dedicação. Algo em mim se recusa a crescer. E pensa no futuro dá preguiça.




Um comentário:
olha faz tempo q eu não sei oq é férias de julho.. de dezembro.. de janeiro...
bem tenso isso de ser adulto..
:S
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