quarta-feira, 22 de março de 2006

Nas águas de Março

Em dias de desânimo, nada como uma chuva forte pra apagar o constraste de um rosto triste num dia de sol. Nada como os pingos grandes pra lavar a alma e levar o pau, a pedra, e a sensação de fim do caminho.
A chuva porém, não enche as garrafas, não preenche o que a saudade tirou. Pois a saudade é sentida quando o ser está completo. As garrafas vazias são divisão. E isso é quando a preguiça é desânimo, pois alguém abriu a garrafa e tirou a água de dentro, e agora ela é só um pedaço de vidro. Divisão pois a cabeça divide o interesse no presente com o interesse em algum outro ser. Pois a pessoa, erradamente pela metade, tem que fazer o dobro de esforço para aproveitar o que ela sabe que é bom, mas aquilo perdeu o colorido.
A questão é que os gizes de cera não são para derreter na chuva, cada um deve se sentir completo por si só. E assim acontece em boa parte do tempo, enquanto o insconsciente não traz suas nuvens cinzas, cantando: " Chove chuva, chove sem parar.." só pra depois ele fazer uma prece, pra Deus, nosso senhor, pra chuva parar, de molhar o meu divino amor...
E devido à psicanálise dessa manhã, a metereologia prevê águas de março, fechando o verão.

Um comentário:

Anônimo disse...

Em dias de desânimo nada como fazer um exercício de enxergar as pessoas em cores e expressar isso em gestos. Nada de palavras! Não é nada "pessoal" com elas, nada contra (hoje); mas é que tudo a favor de gestos e cores. E como procuro o azul e branco! Mas as vermelhas, roxas, cinzas, pretas e laranjas tem também muito do encanto. É uma questão de... não sei.

"Alma não tem cor, porque eu sou branco, sou negro. Ela é colorida, ela é multicolor. Voce conhece tudo, só não se conhece."

Marina, cor da flor de laranjeira!