Mostra, não esconde
Todos os meios de comunicação falam da 30ª Mostra Internacional de Cinema. Mas talvez as notícias deviam ler umas às outras e elas perceberiam que apesar de muito interessantes, elas são as mesmas. Não aguento mais ouvir do histórico de como a Mostra foi criada na época da ditadura, de como não vale apena despediça o tempo de um filme vendo os filmes que vão estrear logo em grande circuito pois são 450 filmes e que é impossível ver todos. Assim, os cinéfilos estão loucos e as filas são enormes e deve-se chegar anos-luz antes. Mas.. peraí, tem algo errado essas notícias são velhas, pra uma pauta atual. Em pleno sábado à noite, cheguei exatamente na hora do filme na sessão de Sonhos de Peixe. Um filme interessante, passado no Brasil e dirigido por um russo e falado em nordestines com atores desconhecidos. E se ele ainda não for cult e alternativo o bastante, o filme teve meia página de destaque no Carderno 2. Mas então, contra todas as probabilidades, perguntei pra mulher que estava embaixo da plaquinha SONHOS DE PEIXE: ESGOTADO se estava esgotado e consegui dois ótimos lugares na sala. Não peguei fila. Nenhuma. Sessão seguinte, um filme romeno ainda mais cult, mas ficamos curiosos pelo título e resolvemos ver de última hora, tínhamos acabado de sair do filme anterior e o título Como Festejei o Fim do Mundo nos atraiu. Lá fomos mais uma vez, mais para poder sentar no bar do cinema e poder comentar o filme. Além desse experiência contra-notícia, aí vão algumas percepções que me chamam muito mais atenção. Como, por exemplo, que mania é essa de exibir filmes só no centro, em cinemas cults e alternativos, selecionando o publico e dificulatando o acesso, tornanado ainda mais impossível assitir ao filme desejado se é necessário atravessar um mar de carros parados. As pessoas cults e alternativas que freqüentam a Mostra e moram perto, fazem fila mesmo assim. Criei um certo pré-contecito contra nariz em pé que as afasta do mundo, esuqeceram o que é sentir e tentam descobrir no silêncio. Tão preocupadas com o seu jeito pós-moderno/blasé de ser, elas esqueceram que ir ao cinema deveria ser também pra se divertir e que aliás não se alterna com pensar. Sendo assim, vou concordar com o jornal, qualquer fila fica insuportável. Com relação as filmes as notícias clones estavam certas, os dois filmes eram realmente bons, mas se você for um diretor ouça isso: Não façam filmes sobre um cotidiano que não acontece nada ser muito longo. No caso desse, a realidade lenta do nordeste fo completamnete transmitida. Como Eu Festei o Fim do Mundo é tão bom quanto o título, e a Romênia vai muito além de Dracula.
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