sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Perfeita indiferença.

O quarto não está arrumado o suficiente, não li os livros com a atenção suficiente, não tenho me dedicado a leitura, não estou me alimentando como deveria, não vi todos os filmes interessantes, não me alongo o bastante, as notas poderiam ser melhores. Escondo dentro de mim um perfeccionismo que aflora aos meus olhos nessa angústia. Porque aponto pra mim mesma e digo que ão sou boa o suficiente? De onde vem essa insegurança profunda que vem enquanto as coisas não tão perfeitas? Auto-defesa,, pra prever de antemão o que as pessoas achariam? E porque elas importam?
Acho que esse perfeccinismo me diz agora que não dá mais pra ser assim, preocupada, porque os esforços não são só meus. Se a perfeição é impossível, deve ser mais difícil ainda alcançá-la tentando resolver aquilo que não está ao nosso alcance.
é hora de mudar, é hora de crescer. Não vou mais me preocupar em ser a mais imperfeita das perfeccionistas, e não vou mais me preocupar com aqueles que não querem falar, com as pessoas que eu nem conheço, e que nem me conhecem mas não fazem questão de me conhecer, não vou fazer mais questão que elas me conheçam também. Impossível, eu já sei. E sei também, que deve ser muito chato viver nessa perfeita indiferença esnobe.

2 comentários:

Unknown disse...

O texto é antigo mas gostei. Já ouviu falar da Perfeita Indiferença de São Francisco de Sales? Era o jeito de aplacar seu lado colérico.

Marina Gurgel disse...

Oi Rafael!
Que bom que gostou.
Nunca ouvi falar, não. Onde eu o acho p´ra ler?