Chá

Nem café, nem água e nem suco. Apesar do calor gostaria muito de tomar um delicioso chá. Um chá de sumiço. Para saber para onde ir deve-se primeiro saber onde se quer chegar, disse o Gato da Alice. E eis a questão: gostaria de uma resposta que me dissesse para onde devo ir, mas como ainda não sei exatamento onde quero chegar, ouço infinitas respostas diferentes e nenhuma me agrada, nenhuma é a minha respostas. Mas as minhas respostas, invariavelmente me levam a um único caminho de mais perguntas. Perguntar, perguntar, mas perguntar o quê? Sinto um questionamento de palavras que não existem. Sinto medo de ver o verso para as minhas perguntas.

Considerada a saída mais fácil, gostaria de fugir. Mas também não sei para onde. Além disso fugir traz todas aquelas preocupações em deixar os outros preocupados, em ficar presa numa prisão secreta, ser comida por um tubarão, sentir vontade de voltar pra casa e ser orgulhosa demais pra isso.

Me restou a deliciosa solução do chá, chá da tarde e chá de sumiço sem ter que se preocupar com a lista de preocupações que insiste em piscar atrás da tela do cinema, atrás da cabeça antes de dormir, lista que todos adoram colocar em neon para aumentar um pouco mais a lista de desgraças que já vem no jornal.

A próxima lista, eu gostaria que fosse de ingredientes desse tal chá de sumiço

Só até eu saber pra onde ir, quem sabe esse lugar nenhum não é um corta caminho.