Viagem ao centro da terra
Assim como o protagonista de Júlio Verne, quando cheguei no centro de São Paulo.Ali naquela Praça da Sé, onde tudo começou, a cidade ganha um certo tom de fim do mundo, religiões sem fronteiras tinham espaços delimitados por um rabisco quadrado de giz, pessoas perambulambulando insandecidas, enquanto um calor vulcânico derretia o cérebro. Ladrões, meros vagabundos, mendigos, bêbados, engraxates, dois vendedores de jacas, vendedores de objetos semi-roubados. Onde esse mundo vai parar? Como que o início se parece tanto com o fim? De longe, vejo as performances diabólicas de um pregador envagélico que diz sentir o cheiro de Cristo. Suspeito que não passa de uma falta de banho coletivo. Um cardume de japoneses tira fotos, ao lado de trombadinhas e tarados. Ao fundo, destraída da balbúrdia, uma igreja oponente, linda e bem cuidada toma sol com palmeiras imperiais. O pátio da igreja de repente vira palco de uma revista com uma Guarda que mais parece um fetiche, loira, brincos, olhos azusi e durona com os cafagestes. E então é que eu percebo, que o Brasil não é o Corcovado nem o Rio de Janeiro, nem a amazônia, o Brasil é aquilo. Aquele começo sem fim, aquele fim de mundo infinto, uam civilização com catedral, metrô, farmácia e um monte de eteceteras. Isso sim, essa Sé, é nossa identidade(mas se quiser, quando estiver por lá compre uma falsa por cinco reais).
Um comentário:
Às vezes fico pensando: tem cabimento tanta gente diferente num mesmo espaço físico, tão próxima, mas tão distantes na vida, pensamentos, idéias, ideais? Um amontoado de Josés e Marias procurando uma vida melhor, cada um à sua maneira, mas todos num mesmo espaço...essas pessoas plurais que viram um singular: o povo brasileiro! Triste? Bonito? Estranho? Cada um que tire sua própria conclusão...
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