domingo, 1 de abril de 2007

A arte de enxergar

Nós, seres humanos, temos reclamado muito de tudo, mas ninguém parece encontrar soluções. Questionadores natos? Talvez seja apenas difícil descobrir onde é a saída olhando para a parede. Mas se perto demais ninguém vê nada, longe demais ninguém sente.Há algum tempo, acompanho a saga das dores de estômago de uma pessoa próxima. Não é indigestão nem ressaca. É mais sério, mas cada autoridade sugere um diagnóstico diferente e nenhum a solução real. Parece caos áereo. O último médico concluiu que o problema era pedra na visícula e após um exame que provou a existêncai de uma grande pedra, apontou tirar o orgão problemático como solução. A paciente, feliz de saber que suas dores teriam os dias contados, foi para um último exame para últimos procedimentos enquanto uma enfermeira do hospital ligava para já querer marcar a operação. Só que neste último exame, sabe o quê descobrem sobre a pedra, dentro da visícula? Que ela não existe. A paciente foi virada e revirada, mas nenhuma pedra foi visualisada, proque ela nunca existiu. E agora onde pôr a culpa da dor? E qual é a dor? O alívio de escapar de uma operação vem com a dor de descobrir que não existem pedras para solucionar o problema.

Caso dois: O paciente que rompeu o ligamento tem que operar o joelho direito e confia plenamente no seu médico e a respectiva equipe. Mas sabe o que a enfermeira escreveu na perna esquerda antes da operação com pincel atômico? ESSA(perna) NÃO. Caso três: Aconteceu comigo. Depois de dois dias sentindo uma dor enorme no pescoço que me diziam ser torcicolo, acordei e fui para o pronto socorro do Einstein, chorando de dor. Um médico convencido por trabalhar, enfiou um negócio no meu ouvido de maneira rude e eu gritei. Ele disse que era otite, me prescreveu um antibiótico e me mandou embora. Duvidando dele pois era eu quem sentia dor, fui numa Otorrinolaringologista, que me prescreve um antibiótico para amigdalíte. Durante os próximos dias, piorei e falava por sinais enquanto pessoas suspeitas falavam que era cachumba. Preocupados, me levaram no no pediatra, que viu uma inflamação numa glândula relacionada com o sistema imunológico. Melhorei em dois dias e meio.Em quem podemos confiar? Ninguém parece ter soluções de verdade. As pessoas vêem tudo perto demais, e acabam não vendo nada. Sofrendo com uma dor estranha no ouvido por subir muito rápido de um mergulho e mais uma vez esperneando de dor, o médico falou que o problema era porquê eu assoava o nariz errado. Encostou um negócio no meu ouvido, perguntou se doía e falei que não. Ele insistiu em otite e me tirou de lá. Eu sei que não sou eu que sou azarada demais pra ter todos esses casos acontecendo por perto. E se em pequena escala as pessoas insistem em fechar os olhos e fazer de qualquer jeito com um igual, não adianta nada reclamarem que o presidente faz nada, nem a ONU, nem os ambientalistas. Assim como o impressionismo, a bela obra de arte depende de pequenos pontinhos. E também não adianta encontrar a solução do quadro olhando de perto. Diferente do impressionismo, as nossas soluções parecem sim estar nas pequenas partes.

Um comentário:

Anônimo disse...

Hoje eu percebi que sinto mais saudade de vc do que eu imaginava...
Um bjo, querida!