Revitalize-se!

O menino de "Harold and Maude" não parece ser o único a gastar seus dias se fazendo de morto. Da mesma forma os jovens reais parecem reclamar do excesso de vida, alegando sempre estarem cansados demais para isso ou aquilo, para aproveitar a vida e tudo o quê ela oferece, mas ser mais exata. Parece (quase) um prazer sádico de seguir a rotina. A rotina de um homem bem velho de 90 anos. O paradoxo é que estes normalmente sabem aproveitar a vida. De que adianta dormir e acordar cedo, estudar e trabalhar sem desfrutar da vitalidade de vinte anos para também dançar, desconstrair, viver um pouco? De que adianta chegar aos 90 anos sem nada pra lembrar, tricotando numa cadeira de balanço? Insconscinetemente recusamos aquilo que nos tira dos trilhos, a novidade, enquanto definhamos de tanto dormir. O descanso é necessário, mas e as experiências dando oi janela afora?
Entrevistei um cara de 58 anos que já viajou 16 países por 11 anos de bicicleta, teve cinco filhos e casou com inúmers mulheres, foi fotøgrafo do Estado, foi tatuador, artista plástico e também é engenheiro eletrônico. Ele teve a vida que os outros sonham. E será que em algum momento ele pensou: esotou muito cansado para isso? Ele conta que seus filhos não têm nem a metade de vitalidade que ele tinha.
Geração estranha, essa a nossa. Alguns são boêmios por aí, outros dormem cedo. Um acusa o outro, quando na verdade as duas opcões deveriam ser realizadas. Existe uma aponsentadoria inteirinha para dormir, mas nem tanto tempo para desfrutar o presente que se apresenta. São únicas as épocas que condizem com dançar, decidr, aproveitar, não dormir. Não só do ponto de vista da sociedade como o biológico já que até a estrutura física está no auge.
Volto ao filme. Será que uma senhora de 80 anos precisa vir nos ensinar a viver? E não adianta chegar aos 90, pensando;" Ah! Minha juventude..."