segunda-feira, 13 de agosto de 2007

C'est la faute de la fatalité!


"É culpa da fatalidade", diz Rodolphe, no final de Madame Bovary. Me pergunto se foi pura audácia ou inocência, o personagem que foi a razão da traição e desespero de Emma Bovary, tirar a culpa dos seus ombros e colocar a culpa no acaso. Por mais que esteja situado numa época em que as mulheres não faziam parte do mercado de trabalho, o divórcio era sinônimo de desgraça e o destino das mulheres era ficar em casa, essa última frase, que culpa o acaso, deixa o romance atemporal e começo a entender a obssessão de Sartre por Flaubert.

Quando as pessoas vão começar a se responsabilizar por suas ações? O mestre do existencialismo já explicava que somos responsáveis pelas nossas escolhas, e cabe a nós fazer a melhor delas.

Parece que não aprendemos com a estória, e depois de quase dois séculos, continuamos culpando o acaso, as forças maiores, o destino e até Deus pelas ações humanas. Emma Bovary foi a única responsável por trair o marido, a única responsável por escolher a morte, mas ainda assim, a Madame passa o livro inteiro dizendo que Deus iluminou seu caminho, e era pra ser assim.

As pessoas não parecem querer seu livre-arbítrio quando sua escolha levou a um mau-resultado e às vezes levam a vida infelizes esperando, dizendo que "Deus ajuda".

Mas a culpa não é da fatalidade, a culpa pelo o que acontece é só nossa. E se em algum momento agimos sem pensar e agora reclamamos das consequencias desagradáveis, a responsabilidade é sua. Por que você não pensou nas consequencias, antes de agir? Porque, se a vida é nossa, única e curta, continuamos a deixar as coisas acontecerem, responsabilizando forças maiores? E dizendo a nós mesmos; "mas o que eu posso fazer!?"

Muitos ainda parecem viver 1850, esperando o futuro. E então surge a pergunta: é o romance Mme Bovary atemporal, ou é a essência humana que parou no tempo?

4 comentários:

Anônimo disse...

Michel disse ... (não sei o autor do texto ...)


Um dia a gente aprende que...

Depois de algum tempo você aprende a diferença,
a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma
alma. E você aprende que amar não significa
apoiar-se, e que companhia nem sempre significa
segurança. E começa a aprender que beijos não
são contratos e presentes não são promessas. E
começa a aceitar suas derrotas com a cabeça
erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto
e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no
hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais
para os planos, e o futuro tem o costume de cair em
meio ao vão.

Descobre que as pessoas com quem você mais
se importa na vida são tomadas de você muito
depressa, por isso sempre devemos deixar as
pessoas que amamos com palavras amorosas, pode
ser a última vez que as vejamos. Aprende que as
circunstâncias e os ambientes tem influência sobre
nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.

Começa a aprender que não se deve comparar com
os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre
que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que
quer ser, e que o tempo é curto. Aprende que não
importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se
você não sabe para onde está indo, qualquer lugar
serve.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos
de experiência que se teve e o que você aprendeu com
elas do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu
coração foi partido, o mundo não pára para que você o
conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para
trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao
invés de esperar que alguém lhe traga flores. E você
aprende que realmente pode suportar... que realmente
é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar
que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor
e que você tem valor diante da vida!

Anônimo disse...

Marina, ótimo..pelo jeito vc. acabou de ler o livro..

e essa foto!!!!!

demais.

bjs.

Bianca Hayashi disse...

O ser humano pouco mudou desde que asiu das cavernas... continua desenhando em paredes e fazendo barulhos estranhos.

Nossa única grande evolução foram os polegares. o.O

Rose Soler disse...

Passam-se os séculos, avançamos muito em tecnologia mas parece que não mudamos em nada, pois continuamos fugindo de nossas responsablidades e colocando a culpa em tragédias 'inesperadas' em forças superiores.
Me pergunto, até quando será assim?