O CIEE ou como enriquecer vendendo senhas

Na vida de um estudante, existe um momento de extrema frustação e depois de contínuo desespero: A visita ao CIEE. Com uma sigla dizendo Centro de Integração Empresa-Escola, e com o objetivo de ajudar os estudantes, essa instituição só atrapalha. E representa mais uma burocracia irritante.
É nela que os estudantes se cadastram para serem selecionados para vagas de estágio, para ter seu contrato assinado, revogado, prolongado, ou para tirar dúvidas. No caso de contratos, não existe meios de desviar, a passagem ao CIEE é obrigatória. O terrorismo começa: em uma salinha, apenas duas das três mesas de atendimento são ocupadas, e às vezes apenas um funcionário atende, na velocidade de lesma, gastando 10 minutos atualizando seu cadastro a cada visita. O site, que deveria servir para pular essas etapas, não ajuda: quando aparecem vagas, a descrição indica que o próximo passo é se dirigir a uma unidade do CIEE e nem um telefone para dúvidas é oferico, este tem que ser caçado num site confuso e lento. Nas unidades, ou pelo menos na do Mackenzie, as filas são demoradíssimas, se você só tem meia-hora para ir a CIEE, esqueça, porque a sua senha não vai ser chamada. E eu não vejo como isso pode ser chamado de ajuda aos estudantes, justo àqueles sem-tempo. Talvez seja porque, no tédio e calor da sala de espera só nos resta estudar. Ou porque é melhor aprender cedo a pegar uma fila. O que eu aprendi é a fazer negócios: depois de cinco visitas frustadas ao CIEE, decidi que vou vender senhas a um real e ficar rica. Hoje, em 15 minutos, a senha andou de 135 ao 137- eu era o número 155. O CIEE é uma frustação e ódio na vida de um estudante, não há como escapar, em algum momento todos tem que enfrentar a fila. Todos querem assinar um contrato. Como fugir da fila do CIEE?
Vendo senhas a 1 real.