domingo, 20 de julho de 2008

No olho do furacão


Desespero: Os tempos têm sido de sensações novas e inexplicáveis. Tenho passado um bom tempo confusa, digerindo, sentindo frios na barriga, ouvindo meu coração disparar, acordando no meio da noite e literalmente surtando de preocupação.
Na teoria um trabalho de conclusão de curso parece tão simples, mas estando no meio de tudo isso, me sinto no olho de um furacão completamente sozinha. Como sabemos que estamos fazendo o suficiente? Eu sinto que não estou, mas não consigo fazer diferente. Pensar no futuro me aterroriza e eu continuo tentando me distrair no presente, desperdiçando o meu tempo útil. O resto do mundo parece não perceber o desespero que acontece dentro de mim, que eu disfarço com um comportamento lacônico de apenas explicar que tá tudo mais ou menos. Talvez os outros não entendam o desespero de não passar, de enfrentar uma banca que faça perguntas que eu não consiga responder, de não escrever um livro bom o suficiente, ou de não ter tempo para escrevê-lo e me sentir mal. As pessoas simplesmente vão dizer: "Fica tranquila, vai dar tudo certo, voc"e se preocupa demais". Mas isso não tira o furacão do meu estômago e eu me calo, porque falar não adianta nada.
E como fala não adianta, me sinto sozinha e me sinto uma criança, precisando o tempo todo de carinho, de um abraço e de amor, bem de perto. Sinto saudades, carências e angúistas completamente novas que eu simplesmente odeio admitir. Aqueles que passam por um tcc agora, devem me entender, devem saber a solidão que é esse olho de furacão.
Depois de um fim de semana e plantão, querendo estar na praia, vou pra Brasília fazer entrevistas pro tcc. Faz algumas noites que não durmo bem e não agënto mais sentir um furacão no meu estômago. Mas para alguns, como eu disse, meu furacão é apenas o ralo da banheira sendo esvaziado.

5 comentários:

Anônimo disse...

Marina,



O olho do furacão só aparece para as pessoas atentas ao que se passa ao seu redor, muitos acabam tragados sem saber o que aconteceu.



Só porque você está atenta ao que se passa é que você vai se sair bem.



Você pode planejar(e está fazendo muito bem), que atitudes e ações tomar antes de ser pega pelo furacão.



A sua capacidade é imensa, assim como o seu senso de responsabilidade e inteligência.



Ë difícil mas enriquecedor passar por este “RODAMOINHO” de emoções.



É clichê dizer, mas vou falar, depois que tudo isto passar você ainda vai dar grandes gargalhadas, principalmente por poder dizer : VIM, VÍ E VENCÍ, spou



Beijos,

Papai

Anônimo disse...

Marina, calma vc. consegue..isso de banca examinadora é menos sério que parece.
vc. tá ansiosa e não precisa – é olho no olho do examinador – vc. se comunica super bem.
e Brasília é + legal que vc. pensa.
ainda assim, tome 1 floral prá acalmar o pensamento, que vc. acha?
vc. é a filha que eu sempre quis ter e não imaginava que vc. seria tão especial, linda e inteligente.
Deus me deu os melhores filhos e agradeço.
fique calma, está tudo bem na família e te daremos o suporte necessário.
acho que vc. acaba assumindo os problemas do Tristan como seus, mas nessa fase procure centralizar nos seus.
vcs. são jovens e vão dar muuuuuuito certo na vida. Tenho certeza.
Te adoro,
mamãe
ET - Brasília é + legal que vc. pensa.
ET 2 – a estória de amor em Paris que vc. escreveu é fantástica e a do ano que meus pais saíram de férias é impagável!

vc. já tem todas as ferramentas prá ser 1 excelente jornalista!

bsj de novo.

Alberto Pereira Jr. disse...

Má.. sei bem como é ssio.. e por mais q te diga pra relaxar, vc não vai.. mas no final tudo da certo. e o esforço e confusão mentaç que te sobrecarregam os ombros se revela produtivo.. basta não esmorecer e nem relaxar demais

beijaooo

Anônimo disse...

"Como sabemos que estamos fazendo o suficiente? Eu sinto que não estou, mas não consigo fazer diferente." [2]

Eu me agarro desesperadamente às esperanças do meu orientador de que tudo dará certo no final. Pode não ser o que planejamos, mas algo bom irá sair de tudo isso.

Também estou tentando sempre ver o "copo meio cheio", ao invés de ver o vazio que me assusta. Não sei como o TGI vai ficar, mas sei que eu deveria estar fazendo mais do que estou. Queria que tudo isso terminasse logo...

Enquanto isso, fico assistindo ao filme do Batman e qualquer outro que apareça.

Vamos sobreviver? Vamos... com mais cicatrizes do que gostaríamos.

Anônimo disse...

Tchan tchan tchan tchan !!!
É assim que se escreve ? rsss
É isso ai mesmo Marina, o que tenho lido aqui e acolá escrito por você talvez devesse tirar um pouco da preocupaçào, mas na real penso que com o passar do tempo e dos tempos o que muda é que percebemos que a coisa é assim mesmo, a necessidade é a mãe da criatividade, e se souber deixar o passado mais pra traz e o futuro mais pra frente ganha um presente, o presente ... (clichê ?)
A Nini outro dia disse algo sábio, aqui quase no meio do século passamos a perceber que o óbvio e o simples é o mais sábio que alcançamos, mas a sabedoria reina em perceber com clareza, enxergando além do tufão, do furacão, do torvelinho, do redemoinho e não mais querendo que isso tudo não exista, vendo suas cores ...
Pra terminar, disse Sto Agostinho sobre a concepçào do tempo: "Há três tempos: um presente de coisas passadas, um presente de coisas presentes e um presente de coisas futuras; o presente das coisas passadas é a memória, o presente das coisas presentes é a percepção direta e o presente das coisas futuras é a espera". Essa concepção de um presente "composto" nos interessa e, talvez, não esteja muito distante da atemporalidade do inconsciente. Bachhh pra pensar.
Continue escrevendo muito que dá gostosura ler.
Michel RW