No liquidificador

Nos últimos dois meses parece que vivi um ano. As pilhas de livros tão características do meu quarto têm diminuído em alta velocidade. Novos lugares e novas pessoas passaram a fazer parte da programação. Novas músicas, roupas e pensamentos passaram se misturam com o que já existia. As coisas ganharam uma outra velocidade, outros aspectos e outros hábitos. Não consigo mais me reconhecer na garota do passado, mas a vida faz mais sentido assim. Coisas ruins também têm acontecido: quando se acelera o ritmo e a intensidade das coisas boas, o revés costuma tentar manter o equilíbrio. Como toda fase de mudança, infinitas perguntas habitam minha cabeça, e as minhas decisões e certezas são voláteis. Ninguém nunca sabe o estado das coisas depois do liquidificador. Elas só não continuam as mesmas. Qual será o resultado? As decisões? Isso realmente importa? Eu pelo menos não me importo mais. As perguntas continuam presentes, mas eu desisti de tentar respondê-las. E de qualquer forma, a alegria têm sido maior. E não vale apena parar.
Ao som de: Brazilian Girls - Don't Stop

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