Café com o passarinho
Já eram sete da noite quando resolvemos sentar para tomar um café. Ainda assim, a temperatura era agradável e o sol aparecia no céu com uma força de hora do chá. Os últimos dias tinham sido de uma garoa indecisa, e a volta daquele belo azul no céu fazia com que quiséssemos ficar na rua até o entardecer.
Assim como no resto da Itália, o café em Roma também é muito forte, e tomá-lo é um ato de bravura. Então, pedimos biscoitos para amenizar o amargo da boca.
Conversávamos sobre planos de vida e escolhas. O assunto era sério, e por alguma razão ganhava um tom profético, ali naquele sofazinho na calçada de um café.
Foi quando veio um passarinho ouvir a conversa. No Brasil os passarinhos são medrosos e na menor tentativa de se aproximar, eles voam. Mas aquele ali, todo em tons marrons, sentou no sofazinho e começou a comer as migalhas. Quando elas acabaram, resolvemos arriscar um comportamento branca-de-neve, e como se sempre tivéssemos a maior intimidade do mundo com passarinhos, colocamos mais alguns pedacinhos de bolacha na sua frente. E como se fossemos, ele aceitou, cortando pedaços com a boca e engolindo. Em cinco segundos ele pediu mais. Como a conversa também tava boa, ele resolveu ficar pelos próximos 15 minutos, mas resolveu não dar opiniões.
Um comentário:
Ae Maronas, causando em Firenzi fia!!
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