O passado mora ao lado
Subimos as escadas do metrô e lá estava o Coliseu, como se fosse a coisa mais normal do mundo, e não um grande e monumental paradoxo. Não pude deixar de imaginar os romanos indo assistir uma luta em um metrô de mármore.
Talvez seja só eu que tenha uma grande dificuldade em imaginar o passado, mas a questão é que é muito difícil imaginar toda essa grande civilização, vivendo no período A.C. Depois de Cristo também é, mas pelo menos está no mesmo lado que o nosso, na grande divisão de águas da linha do tempo.
Olho ao redor e inúmeros questões me atormentam. Como eles viviam, o que eles faziam no fim de semana, como eles contavam o tempo? Todas essas dúvidas levantam a mão, como crianças no primeiro dia de aula. Devoro o guia, em busca de notícias e eis o passado, antes imaginário, agora escancarado. É difícil misturar o passado e o presente, conceber que muitas e muitas e muitas pessoas também apoiaram a mão no bloco que eu estou apoiando a mão. Mas eis o passado, logo ali ao lado agora tem um telefone público, que parece um monolíto da Odisséia no espaço perto das ruínas.
O mais estranho de misturar o presente com o passado, é perceber que não evoluímos tanto assim. Arquitetonicamente falando, construímos algo superior ao Coliseu? E ele foi construído em quatro anos. Evoluímos?
Cinco minutos depois, já consideramos nossos feitos ultrapassados. Sem falar que os imperadores tinham bom gosto, e construíam uma cidade em que tudo era perto, prático e funcional. É triste perceber que nós, que deveríamos ser mais evoluídos, ainda cometemos erros como Brasília.
Entro no Coliseu e mais uma vez imagino romanos assistindo aos gladiadores, conversando sobre o jantar. Porque é tão difícil de imaginar, se essencialmente nem mudamos tanto assim?




Um comentário:
deve ser emocionante o encontro com essa grande obra arquitetônica
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