A imperfeição da felicidade
Já é tarde da noite, mas ao chegar em casa, não pude deixar de pensar em como, apesar de me encontrar em um momento complicado, eu estou feliz. Não tenho certeza se foi exatamente neste momento que as coisas começaram a mudar, mas suspeito que seja em um dia frio de abril de 2009, quando ela me chamou para ir na Leroy Merlin, visto o meu desespero por fazer qualquer coisa. Eu estava tão triste, mas a gente riu, e minha prima entendeu todas as minhas maledicências ao paisagismo.
Tive muitas amizades difíceis e hoje eu me pergunto, perto do que tenho, se eram mesmo amizades. Num mundo regado pelo capitalismo, será que muita gente não levou os valores do descartável também para as relações pessoais?
Foi um algum tempo depois do Leroy, ou talvez até antes, quando trabalhava na Época, que minha vida começou a mudar radicalmente. Quando dei por mim, estava em um grupo incrível grupo de amigas, que me fizeram descobrir uma felicidade muito intensa mas ao mesmo tempo estável. Eu não tinha mais que ser perfeita e ouvir reclamações de como eu era negativa, sincera, insegura, feliz por ser solteira ou qualquer outra besteira. E daí eu também passei a ver as coisas dessa forma de tentar entender e lidar com o jeito de cada um.
Porque isso me fez tão feliz? Os dias tem sido difíceis e eu confusa, como sempre. Mas é muito mais fácil lidar com tudo isso com pessoas que eu posso ser feliz do jeito que eu sou.
Algumas pessoas dizem que buscam a felicidade. E dizem isso como se ela só fosse alcançada no momento que tudo estiver perfeito. Mas a felicidade não é uma fotografia. O mundo está sempre em movimento. Os problemas existem sempre, na vida de qualquer um. O que muda é forma como vemos as coisas. E eu também descobri que assim como todas as coisas interessantes, a felicidade também é imperfeita.
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