O estranho inesperado
Fui pega de surpresa ao perceber que a história que eu estava tão envolvida, acabou um pouco depois da metade do livro. Meu coração acelerou. Seria mesmo o fim? Eu ainda não estava preparada para lidar com isso! Li o começo do outro conto, na esperança que fosse uma divisão de capítulos. Mas Holly Golightly não estava mais lá. Tudo bem. Como ela mesma diz, não dá para amar animais selvagens. Mas foi aí que deu um clique: essa não é a primeira vez que sinto esse incômodo.
E então veio a suspeita que meu amor pela vida inesperada tem limites: é como se eu gostasse de um caos dentro da ordem, de uma bagunça apenas por algumas horas. Não saber o que está prestes a acontecer me incomoda demais. Não que eu realmente saiba, mas percebi que preciso sempre ter pelo menos uma ideia, ter todas as possibilidades em mente. A surpresa me desconcerta - não é questão de ser ruim ou bom, é só.. me deixa meio...
Essa é uma das coisas mais estranhas dentre aquelas que já percebi sobre mim mesma. Não é um defeito, mas eu sempre condenei as pessoas que gostam de ter tudo planejado e organizado, sempre levantei a bandeira do inesperado e do acaso - de se perder nas ruas de uma cidade desconhecida. E eis que eu não sei lidar com nada disso. E agora? Essa descoberta realmente me pegou de surpresa.
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