segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Trânsito: A vida imita a arte ou...?


Depois do trânsito do feriado, começo a me perguntar se o realismo de Júlio Cortázar é realmente fantástico. Em seu Conto "A Auto-Estrada do Sul" do livro Todos os Fogos o Fogo, o trânsito pára por meses, em uma volta para Paris e as pessoas começam a viver e se relacionar no trânsito. Escrito em 1966 na França, talvez esse conto não seria literatura, mas um mero relato exagerado nos dias de hoje. Na Rio-Santos, quinta-feira às 3 da manhã, um homem desceu do carro e foi de patins. E um percursso que demora normalmente 2 horas demorou de 6 a 8 horas. Essa realidade está se tornando fantástica. Ou seria o fantástico que está se tornando comum? Será que em breve teremos o apagão das auto-estradas? E vale apena gastar tanto tempo no trânsito, se o propósito do feriado é ficar longe do stress? Se contabilizarmos o tempo gasto só no trânsito urbano o conto não é mais um exagero. A realidade e fantasia se confudem de vez. Nós vivemos no trânsito.

5 comentários:

Anônimo disse...

Passei por aqui...
Realmente esse conto do Cortázar é muito fooda.

Gosto muito do seu poder de subjetividade. Eu perdi a minha em algum lead feito automaticamente por aí. Cuida da sua?

Guilherme Gurgel Prado disse...

é verdade!
eu estive lá!
relato pessoal!
deu até pra tira foto!
apagão nas estradas e futuramente uma cpi que também é moda?

Luiz Candreva disse...

Olha se a vida imita a arte não sei, mas com certeza estamos longe de considerar o trânsito algo fíctio, ele é, em verdade, clara e evidente(e barulhenta), uma realidade dura e terrível que nos assola diareamente e que parece comprimir-se e intensificar-se nos feriados. Uma pena... temos tanto pra explorar, tantos lugares bacanas pra realaxar e, para tanto, enfrentamos um colapso estrutural, resultante da falta de planejamento viário e de instrução da grande massa que, nos dizeres de MArx, acabam sendo o Inullium Proletarium, ou seja, um corpo inorgânico movido apenas por influência.... "Dê aos desiguais um tratamento desigual"

Alberto Pereira Jr. disse...

realmente o trânsito assola o paulistano! não se tem iniciativa para soluções pra este mal...

Anônimo disse...

ótima a analogia com o conto do Cortázar!

Vc. escreve cada vez melhor..

Vc. janta em casa hj?

Bjs.