C'est Paris

Começo a ler os posts de Cathy Horynsobre a semana de moda em Paris. Seus textos são um tanto quanto particulares, e começamos a enxergar pelos seus olhos o que ela vê e faz. As lembranças de Paris foram voltando intensamente, enquanto ela descrevia ruas e nomes, e a garoa das 7 da manhã.
Voltam cheiros, paisagens, cores nas quais meus olhos por um tempo se acostumaram, o cheiro de anoitecer, com a brise fresca e com o fri gelado, com aquela mistura de novo e antigo, de aventura e de conhecido, de beleza e do comum. Volta noção geográfica daquela cidade tão particular. Virar à esquerda e direita para pegar o metrÔ. A voz que repete duas vezes Looouvre-Rivoli, Looouvre-Rivoli. Voltam lembranças de todo o tipo, como o vento no meu rosto ao sair do metrô. Lembranças da Rue Montaigne, linda e iluminada com aquelas vitrines, à caminho da casa de amigos.
Às vezes, lembranças de lugares, se intensas demais, dão vontade de chorar.
Parece fácil dizer que eu era feliz em Paris - até rima. Mas naquela cidade em que tudo acontece, em que qualquer ida à esquina é um choque de beleza, estilo e história, eu era feliz, eu sabia e eu voltei pra essa vidinha que parece tão besta perto dessas voltas ao quarteirão.
O texto termina e olho à minha volta, na redação. Pessoas ocupadas demais para se ausentar como minha alma se ausentou. Saudades. Será que algum dia vou voltar pra ficar?
Quero Paris na minha vida.
Não importa o quão absurdo este desejo te possa parecer, o quão desocupada e fútil isso tudo soa. Mais do que amores, mais do que roupas, carros, dinheiro e poder, lá no fundo, eu sonho mesmo é com Paris.