terça-feira, 15 de abril de 2008

Distorção de valores

Quantas vezes eu já me peguei pensando, irritada, em como os brasileiros se vestem mal? Inúmeras! Imagino que muitos de vocês também.
Não é uma questão de gosto, mas uma questão de influências que as pessoas sofrem. Porém, muitas vezes se influência é positiva, falta dinheiro para alcançar o estilo desejado. É claro que é necessário bom senso, e dinheiro não compra estilo.
A Maria Prata fez uma discussão brilhante em seu blog, o Prata Porter. Coloco um pouquinho aqui, mas entrem por lá, porque ela é muito boa:

“Abaixem os preços, democratizem a cultura de moda e parem, então, de reclamar que os brasileiros se vestem tão mal!”

A frase acima é o último parágrafo da carta do editor de moda da Folha de São Paulo e querido de plantão, Alcino Leite Neto, na última revista Moda, publicação feita pelo jornal e que todos devem conhecer. No restante do texto, Alcino faz uma comparação da moda apresentada nas passarelas brasileiras e o que se vê no desfiles internacionais com seus respectivos mercados (nacional e gringo). Explica que, claro, a moda internacional produz para o mercado de luxo do mundo todo e que os estilistas brasileiros têm que se contentar com o mercado interno (“minúsculo para a moda sofisticada, ainda que gigantesco para as roupas populares”). E que “enquanto criarem roupas apenas para o restrito mercado de luxo brasileiro, as grifes permanecerão simples ateliês de costura”. E propõe: “o maior potencial criativo e econômico da moda brasileira talvez não esteja na imitação do luxo, mas na produção de um design democrático, que combine criatividade com bons preços”.


Mas essa discussão não diz respeito só ao povão. Porque pagar mais caro pra se vestir bem no dia-a-dia? Vejo muitas amigas minhas que acham barato uma camiseta de R$50, e vai ficando claro que os valores estão distorcidos, quando nos E.U.A pode-se comprar uma cmaiseta com altíssima qualidade por 10 dólares!

O meu pai, uma vez ganhou uma camisa da Ricardo Almeida. Como ela estava grande, foi trocar e descobriu que a camisa custava em torno de 800 reais. Com bolso mais cem reais ou algo assim. Nos E.U.A, ao entrar na Armani ele constatou que nenhuma camisa custava mais que 100 dólares. E não adianta culpar os impostos!
Mas no Brasil, as pessoas pagam o preço e as lojas não vêem razão para diminui o lucro. Acho que todo mundo deveria começar a pensar sobre o assunto. Porque esse "mundinho" que a Maria Prata fala, por mais que não façamos parte dele, ajudamos a construí-lo.

2 comentários:

Giulliana disse...

Querida, gostaria mto d ler seu texto hoje, agora e comentar como eu sempre faço...mas minha enxaqueca atacou d novo...ainda assim, quis vir aqui pra vc ver q eu frequento teu blog e tb pra vc saber q eu dei uma lida nos dois ultimos posts - esse e o q vc fez dpois desse -, gostei do assunto, voltarei p/ comenta-los e ler com calma - pq eh isso q eles merecem, uma leitura atenciosa.

Bjos, desculpe pela ausencia...to precisando recarregar as pilhas! Mas logo logo to de volta à blogosfera! =0)

Alberto Pereira Jr. disse...

eu tinha lido esse editorial do Alcino.. concordo com certeza!
tudo é muito caro, principalmente se elvarmos em conta a realidade do brasileiro...