segunda-feira, 4 de maio de 2009

No avião

A costa foi a primeira a desaparecer. Algumas ilhas apareciam de vez em quando, mas eu nao reconhecia aquela paisagem, que as vezes parecia de outro mundo. Enfim restou apenas o oceano, que logo foi inundado pelo mar de nuvens. Onde estou? Não há bussola que possa me dizer. Pra onde vou? Gostaria que essas respostas fossem tão claras quanto o destino do meu avião.
O alemão da poltrona ao lado recusou seu croissant. Aceitei o meu, que ironicamente veio partido. À caminho de São Paulo, poderia ser diferente? Como se tivesse GPS, meu coração começa a apitar, apertar e a doer. As dores que pareciam longe com a distância, voltam a arder. As dores também funcionam a partir da proximidade geográfica: são as lembranças, tão fortemente amarradas a cada semáforo, árvore, cor e esquina. É o cinza, que contrasta com as fortes cores da chama de um amor. Um amor que arde em vão. Um amor que continua aceso, junto com o sinal de apertar os cintos. Então aperto os cintos. E espero, teimosa, a outra se apagar também.
Lá fora, o infinito branco se abre e mostra uma cidade estranha. Ou pelo menos eu imagino que seja.

4 comentários:

Ericka Rocha disse...

Onde vc estava querida? Que precisou ir e voltar de avião??? Conte-me tudo que eu fiquei curiosa...Pelo tom do post o local não trouxe lá boas recordações...

Muitos bjuss...Saudades!

Marina Gurgel disse...

Oi querida..
fui pro Rio, O local trouxe ótima recordações, o problema é voltar pra Sp... rs...
beijao e saudades...

Jéssica Santos disse...

Foi visitar sua vó?
Espero que tenha sido bom!!
saudades
bjocas

Anônimo disse...

Espero que a viagem tenha sido ótima! =D

Por que quase sempre que entro no seu blog me dá vontade de mergulhar em um livro? Adoro!

Beijão!