domingo, 28 de junho de 2009

A dor da perda

Levaram tudo o que estava naquela linda bolsinha vermelha alaranjada, comprada em um museu de Buenos Aires. Entreguei, as chaves, carteira, câmera e o batom. O apego piora as coisas, e não consigo deixar de listar os ítens, com uma dor no coração.
Porque sou tão apegada àquilo que me cerca? Estou falando das coisas materias e do carinho que tenho por elas. Qualquer budista iniciante iria me condenar pela minha possessividade e apego à tudo aqui que eu não vou levar para o túmulo. É claro que eu não iria pensar no tom vermelho do batom novo depois de morta. Mas viva, eu adoraria ter a possibilidade de desfrutar daquela câmera, usar aquela bolsa.
Ao mesmo tempo, as coisas deveriam ser diferentes? Eu tenho que estar pronta a entregar tudo o que me pertence à qualquer um, e não sofrer? Mais do que objetos, também me vi procurando no bolso o pouco que restava da minha falsa sensação de liberdade. Mas a verdade é que a qualquer momento a violência pode nos ser infligida, e não apenas por armas de fogo. E deveria ser assim? Vivemos nessa cidade para isso?

6 comentários:

Bebel disse...

Marina! Adorei saber pelo seu comentário que os dias agora são sábados, ou qualquer outro da semana que não domingo :) haha

E sabe, acho que qualquer budista me condenaria também, sou outra apegada a coisinhas externas... rs

E querida, adiciona na sua lista de coisas que trazem ansiedade: esperar alguém chegar, principalmente se a pessoa acaba não chegando. Não tem nada a ver com viagens, mas que dá ansiedade (e irritação!) ah se dá!

E assim que eu tiver um voo marcado pro Rio eu aviso. Mas enquanto isso, se quiser dar uma passada aqui em Luanda, acho válido! hahaha

Beijoca!

Bebel disse...

P.S: nossa, quanta frase começada com "e". Vou abolir essa conjunção do meu vocabulário... hahahahha

Anônimo disse...

Sabe que o monge budista, se for troo, não vai te condenar?

Tem um história que é mais ou menos assim: o aprendiz vai até o monge buscando iluminação espiritual. O monge diz que ele tem que se livrar de todos os bens materiais que ele possui. O aprendiz diz que se livra de tudo, menos de uma coleção de livros. O monge diz algo como "se for realmente importante pra você, pode ficar".

A gente não vai levar pro túmulo? Tudo bem... mas isso não quer dizer que não possamos usufruir das coisas enquanto estamos vivos. Só viver de apego a futilidades não é nada bom, mas um apego aqui e ali não faz mal.

Unknown disse...

Ola Marina,
Vou começar dizendo como cheguei ao seu blog. Estava na net, procurando informações sobre a Wish Club e um dos links era o seu, falando sobre sua experiência naquele local.
Contudo, pela primeira vez li algo do gênero que retrata exatamente o que penso sobre a atitude de certas pessoas e dos lugares que elas freqüentam. Acho que não preciso dizer que depois dos seus comentários, nem eu, nem meus amigos põe o pé naquele lugar.
Claro que como um amante da leitura curta, leitura dos pensamentos das pessoas, já add você nos meus favoritos para acompanhar seus textos, se assim você permitir.
Pode parecer clichê, mas ultimamente ta difícil encontrar alguém que goste de músicas, baladas e que não sejam acéfalos.
A parte do “braços em blusas de marinheiro” foi à melhor!!!!

Prazer em conhecê-la,

Rodrigo Oliveira
Rodrigo.oliveira@myfrog.com.br
Rodrigo.oliveira@noveeventos.com.br

Ericka Rocha disse...

Flooorr!!! Fico tanto sem vir aqui e qnd venho qro comentar tds os posts!! Hauahuauah...Pelo jeito vc foi assaltada, né? Não...Nenhum monge budista ia te condenar pelo apego às coisas materiais nesse caso pq isso é uma VIOLAÇÃO da nossa intimidade... Um violência, não um ATO DE DESAPEGO. Somos obrigados a nos desprender e isso é traumatizante!

Te amo e vc bem sabe, qro saber da sua viagem!! Bjão!

Jéssica Santos disse...

Ai nunca fui assaltada, mas como já mudei de casa várias vezes sei como é a sensação de perda de certos objetos, hj muitos estão na minha mãe ou na minha avó por falta de espaço. não acho ruim esse tipo de materialismo, po criamos vinculos com as coisas, elas lembram pessoas, sentimentos e tudo mais, não são só meros objetos.
logo vc terá se apegado a outras, e pelo menos não aconteceu nada com vc né
bjocas