quinta-feira, 18 de junho de 2009

Mal de altitude

Já perdi a noção do tempo. Não me lembro mais desde quando estou aqui, qual é o dia do mês e da semana, e ir embora parece um dia que não vai chegar. Ou assim, mais uma vez, eu gostaria. Suspeito que hoje de manhã cheguei em Cuzco, e para agravar minha confusão mental passei o dia acometida pelo mal de altitude ( 3.360 metros do nível do mar)
Começa com uma leve sensação de leveza e uma certa euforia, resultando em que tudo se torna levemente engraçado. De repente somos sugados pela gravidade, os passos ficam pesados e cabeça, igual à do fósforo, grande demais. Mas em um minuto a graça volta e estamos a sorrir, balançando a cabeça. Não é à toa que a palavra tonta, tem duplo significado.
Existem remédios mas em mim, eles não fizeram efeito, e investi em sorver todo o chá de coca que eu encontrei na minha frente. Não foi o suficiente, e enquanto olhava Cuzco do mirante, veio a tontura, um certo enjôo. Sono? Tudo é tão confuso por alguns momentos. Passou. Não, voltou. Preciso sentar, preciso ir, preciso respirar, sinto frio, sinto calor, quero os morangos andinos da feira, não quero entrar na igreja. As sensações passam rápido, e mal que voz ouvir em nós mesmos.
E o dia foi, mais uma vez, lotado, à la plano Vargas: três dias em um. Só melhorei lá pelas quatro da tarde, quando, desesperada dentro de um convento, peguei um montinho de folhas de uma feira de turismo que estava ali por acaso. Distribuí pelo grupo, e paramos de andar como joão-bobos. Que pena. Não, ainda bem.
Foto: peruanas ensaiando na Plaza de Armas, para mais uma festa de Corpus Christi.

2 comentários:

Kili Liam disse...

Oi Marina!

Posso te perguntar melhor o como é que é isso do Mal da Altitude? Vou para Cusco em Set e gostava de me precaver para esse dito "Mal". O que aconselhas? Que medicamento tomaste?

Muito obrigado.

Kili Liam

Marina Gurgel disse...

Oi Kili,
existe um remédio, é só pedir na farmácia.
Porém, ele dá muito sono e eu não senti que fez muito efeito.
O melhor é tomar bastante chá de coca, ou mascar as folhas (a única coisa que me adiantou).
Qualquer vendedora ambulante na rua tem, é só pedir!
beijos