quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A maior descoberta do século

Foram muitas as vezes que minha mãe me repetiu que amar não era sofrer. Repetia essa frase para mim e para os outros como se fosse um mantra. Mas depois de tantos anos, acho que foi só agora que vim a entender que amor pode ser atrelado à felicidade.

Não sei se é coisa da cultura ocidental, mas fomos criados a acreditar que todo grande amor inclui uma grande dose de sofrimento. Já me peguei até achando que um amor em harmonia era menor.

Por alguma razão, passei a achar que me apaixonar era algo terrível, sinônimo de problemas, noite mal dormidas e dor de cabeça. Criei a impressão que no momento que eu virasse a namorada de alguém essa pessoa não ia mais me dar valor, ia me achar um inferno e eu seria uma chata.

Então, quando ouvi que ele adorava namorar comigo e que não, eu não era uma péssima namorada, foi um choque. Aquela frase ficou alguns dias na minha cabeça e apesar de logicamente correta, eu demorei um tempo pra entender. Minhas preocupações e inseguranças se calaram e me peguei sorrindo, dando gargalhadas no meio da noite.

O que eu não sabia, e só descobri alguns dias depois, é que eu tinha acabado de fazer a maior descoberta da vida: Existe um amor feliz. É possível viver uma paixão com harmonia, amar uma pessoa que te ame, sem que isso seja sinônimo de guerra (leiam esse artigo do Fabio Hernandez). Existe um amor sem dúvidas, em que eu não tenho que ficar provando que valho a pena.

Chega até ser estranho, mas é incrível saber que eu posso ser eu mesma, às vezes irritada, às vezes consumista, dorminhoca ou insone, e que eu vou ser compreendida. Depois de tantos anos, finalmente entendo minha mãe: amar não é sofrer.

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