domingo, 5 de outubro de 2008

Band-aids

Como um band-aid que cobre um corte profundo. Como achar que ao esconder as fotos em caixas apagaremos as lembranças. Como a sujeira embaixo do tapete. Funciona por um tempo, mas não dura muito. Não é o suficiente, por mais que dê tanta vontade de acreditar que já estamos inclusive curados. Óotimos! Mas fugir de si mesmo dá trabalho e logo se esbarramos em alguma esquina.
A dor se libera a partir de um pequeno ponto: é o big bang. Você quase tropeça num pedregulho e...chora sentada na calçada. Ou topa o dedinho e grita como se ele tivesse ido embora. Ou antes fosse: o vazio no coração e a perda de um universo são dores muito mais agudas e bem mais difíceis de passar. Um mês, um mês e meio? Começo a suspeitar que esse não é nem o começo do fim da dor.
Mas: as coisas boas funcionam na mesma intensidade e nessas horas elas ganham o valor que elas realmente merecem. Gargalhadas. E em seguida, um bom demaquillant. Nova camada de rímel e blush. Trocamos o band-aid e fingimos que não vemos as marcas de sangue do coração partido. E vamos felizes. E mal-resolvidos.

5 comentários:

Anna Felizola disse...

será que existem respostas para todas essas questoes? ou formulas magicas para fazer passar? alguem devia inventar um manual...

Anônimo disse...

Adorei o ótimo post. A vida é assim né? Temos que nos reinventar, chorar e sorrir entre assuntos pendentes e mal resolvidos...

E Marina, compre o Laranja Siena. É maravilhosamente lindo! E esse amor por múltiplos esmaltes não é só contigo -- eu tô com váááários na lista de compras!

Beijos

Anônimo disse...

Se fosse um fim bm resolvido já havia terminado antes dos pingos nos is. Certo?
Amo-te xuxu, e vc sabe que tem meu ombro pra rir, neh?

=]

Giulliana disse...

Texto profundo e maravilhoso.. as feridas vão sempre existir, meio adormecidas, mas existirão.. só que a vida trata de transforma-las em pequenos calinhos, e sempre q vc olhar pra eles ou pras cicatrizes, vai pensar "Algo que passou e com o qual aprendi mto". Certas feridas ficam la pra lembrar a gente do q a gte aprendeu e viveu, algo q nos ajudou a crescer.
Como dizia minha mãe quando eu era pequena "Quando casar passa!".

Bisous Ma!

Giulliana disse...

Ahh, eu reparei q o meu frame do blog eh diferente do da Anna... talvez por isso q tenha ficado um pouco de margem... mas naum ta ruim naum, de jeito nenhum, fez ate uma "moldurinha" em volta... hahaha