sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

Purple People



Em Ingles, se apaixonar é fall in love. Cair no amor e logo, quase num abismo. Cai e continuo caindo, ainda não se ve o chão. Et voilà, agora sou uma dessas pessoas roxas, de tanto cair e cair. Estou no "E o Vento Levou"desmaiando, caindo à toa. Estou em "E o vento levou", com beijos de tirar o folego, com um Clark Gable em forma de James Dean. Não vejo o chão porque estou nas nuvens. De qualquer forma, existem outras pessoas roxas, e roxas de frio. A cada esquina, enquanto caminha-se pra casa, senhoras, meninos, velinhos, passam um frio que não se resolve com um simples cobertor. Aqui também o contraste social é cada vez mais visivel. Pessoas saudaveis, moram por ai porque o desemprego é grande. Quem não se encaixa sai das ruas e vai para a calçada, fora da ação. Existem tambéem as pessoas roxas que sub-existem, vivendo na tristeza, dormindo cedo e escurecendo um pouco mais as noites de inverno. Os parisienses me parecem herméeticos aos outros, e ao mesmo tempo, àvidos do contato humano. à 1 da manhã a tour Eiffel brilha intensamente antes de dormir. Mas a impressão é que ninguém ve porque jà està dormindo. Escurece cedo, e de dia as pessoas que são escuras usando roupas escuras e séerias. Logico que elegantes poréem, melancolicas. Ninguéem ri quando a menina de verde cai à la Charles Chaplin no vão do metro. Ninguem sai correndo por ai tacando bolas de neve. A cidade-luz é puro breu às vezes em plena luz do dia. Poucos sustentam seu brilho com mais que Rouge nas bochechas. Ainda assim, tudo é incrivel e vivo. Jà são 2 da tarde e esse qurtinho do Trocadero està um arco-iris. Hora de colorir o mundo por ai, como o doende do fim de arco-iris.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

A Onda


Filmes ruins tornam-se bons. O frio torna-se uma delicia. Não existem mau-humores matinais. Paris. Presente. O fim de um ano de grandes mudanças. Comecei uma pessoa e vou terminar outra.
Alguns voltaram pro Brasil, com saudades da terra das bananas fritas. Sinto saudades do calor fritante, mas sinto-me mais aquecida do que nunca, mais do que meu pé descalço voltando da praia no sol da 1:00 da tarde. E sempre gostei mais de framboesas que bananas. Fim de ano, um ano inteiro de branco, esperando para ser marcado por circunstancias, decisões, sentimentos, acasos. Isso é mais assustador que qualquer pesadelo.
Toda criança sonha em voar, que està voando. E toda criança sonha com a onda gigante que a persegue, que se aproxima. Com a onda da qual a gente corre e não sai do lugar. Serà que corremos fugindo pela primeira vez das decisões a toma? Corre vivendo o presente e fugindo do futuro que nunca a alcançarà?
A psicanàlise talvez não de a resposta nem que seja pequena e de cabeça pra baixo, mas é correndo dessa onde gigante que eu me sinto. A diferença é que estou feliz tomando sol na areia, não adianta fugir da onda, mesmo. Mas a areia entra no sapato e incomoda, lembrando a todo tempo 2006 e o tempo psicologico da cabeça, a tortura portàtil.
Noites frias e escuras por fora, o oposto aqui perto da tour Eiffel. Assim num consigo nem pensar. Feliz Ano Novo pra aqueles que ja partiram pra perto de Iemanjàa. Pros outros, bom transito. Eu viajarei por Van Goghs, Renoirs e Tour Eiffel. Mais noticias quando eu fizer escalas em Relemblala.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2005

Mais neve. Neve não, nevasca. Oh yeah, baby!


Antigamente, quando nessa Paris fria e charmosa não se existia o milagre do aquecimento, foram inventadas muitas maneiras alternativas para sobrevivencia. é por isso que dizem que aqueles queenfrentaram os frios são povos mais evoluidos. Descartes, modo evoluido, para não morrer de frio inventou: "penso, logo existo".
Como não sou muito cartesiana, ainda acho que casacos funcionam melhor. Ou sopas. Ou fondues, como o de hoje no almoço. Delicia... E desde ontem percebi que as calorias do queijo não são preocupação.
Antes de mais nada, sim, antes este era um assuntuo preocupante, jà que esportes e eu foram denominados antonimos. Mas surpreendentemente achei meu ramo na àrea e ele se chama: guerra de bolas de neve.
Ai, sou feliz demais! Como se não bastassem bolinhas homeopatia, presenciei uma nevasca de bolas de golf no meio das ruas do Marais, indo para a casa da Alice( é, talvez eu esteja mesmo no pais das maravilhas), e foi fantastico!! Nevascas são tão magicas... esta lavou a minha alma. Nada de banhos de chuva! Banhos de neve, macia, e que pode-se tacar nos outros.
Me senti um desenho animado. Me senti EM um desenho animado!
E importante ressaltar o que aprendi com essa experiencia, que talvez muitos jà soubessem:
-neve esfria as maos, logo luvas vão bem. Mas é bom ser bem criança e sentir a consistencia da neve. O problema é que dai voce se apaixona por ela, e nao consegue comprimi-la pra fazer uma bola de neve decente.Acho porém, que esse é o unico problema.
Ainda estou obcecada pela neve. Mas enfin, preciso ir, acho que vou ao cinema. Preciso fazer alguma coisa pra digerir tanto fondue na hora do almoço, e como não esta nevando...
é, eu bem que disse. Sabia que essa amnésia viria e eu me apaixonaria pela neve tudo outra vez.
Fazer o que? Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças. Ao vivo.

terça-feira, 27 de dezembro de 2005

Devo Confessar




Declaro publicamente, que neste dia de sol com neve, enquanto escrevia, nevou mais.
Estou alucinada, jà me dirigi à varanda, agarrei a neve, fiz bolinhas de neve. Comi neve!!!!! Neve...Uau... Pequenas bolinhas de homeopatia que são macias e trazem uma estranha sensação de felicidade.
e, isso também. confesso bem alto(quando estou feliz não consigo falar baixo), que sou a menina mais feliz desse mundo, e que descobri que bochechas grandes servem pra amortecer grandes sorrisos. Por isso que eu nasci com duas bem grandes e em formato de ponto e virgula ( ; )
Tambem esclareço (aaaai comi mais uma bolinha de neve, é que quando eu apertei ela era tão macia...) que felicidade se conquista sozinha. E as paixões acontecem quando não se deposita o peso da sua felicidade no ombro outros.
Ouviram???E Agora
De volta à varanda...
Quem chegar por ultimo é mulher do padre!

O Frio; ou a ausencia de calor


De volta à Paris, de volta à minha casa.. Como eu amo essa cidade.
Voltei de Hossegor. E pode ser no sul da França, mas isso nao impediu o frio de ser violento. Praia + Sol não é igual a calor, e foi assim que eu fiquei gripada.
A gripe veio de um virus inventado pela Kleenex. Logo, a gripe causa desmatamento de arvores. Aliàs, alguem algum dia imaginou pinheiros de natal, com neve no topo, na praia? Foi assim que, ja passando frio; eu fui dar uma voltinha atée os Pirineus.
Em alguma espécie de amnésia, esqueci que:
a neve é bonita, longe de mim.
Que bonecos de neve são minha imagem e semelhança.
Que roupas grandes não são sinonimos de conforto, e principalmente: Que
se, na neve, eu fosse alguma outra coisa que eu ser humano, eu seria uma avalanche.
Registrei tudo isso bem perto da neve, porque là vem essa amnesia de novo, me falando que andar, ou melhor, cair de snowboard, num foi tão ruim assim.
Bom, milagres de natal acontecem, e atravessei a França pra passar o natal em Paris no dia 24. Milagres de natal acontecem!
Hàa 700km a mais do Equador do que antes, Paris esta muito menos fria que o pais basco. Mesmo que hoje esteja -2 là fora. Mesmo que hoje eu tenha visto nevar pela primeira vez na minha vida.
Aliàas, entendi porque as crianças comem neve. Flocos de neve se aprecem com bolinhas de homeopatia. Eu tambem comeria. Comerei.
Chega de frio. E viva a ausencia de calor dessa cidade luz!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

Enquanto isso...

Jà que vou passar um tempinho sem escrever, quero deixar uns enigmas que ainda não tenho a resposta, pra se pensar e distrair; Nada sério afinal, aqui ninguém é esfinge:
1-Como a Mary Poppins achava as coisas que queria em sua bolsa?
2- O que os franceses fazem pra se divertir no frio? E para isso, vale qntes constatar que vinho jà faz parte das refeiçoes e não é uma saida, que livros normalmente nao sao a real definiçao de divertimento.
3- Usar soh roupas escuras faz parte do plano para não mostrar a sujeira de não tomar banho?
4- O que é pior: alguns seres humanos literalmente morrendo de frio, ou muitos sub-existindo na pobreza?
5- Pos-assistir Goodfellas no festival de Scorcese no Beaubourg: é verdade que todo garoto sempre quis ser um gangster?
6-Pra terminar, deixo um trecho de um livro que estou lendo(Metaformose, Paulo Leminski):
"Nada com seu ser se conforma. Toda transformação exige uma explicação. O ser, sim, é inexplicàvel. Uns se transformam em feras, outros são mudados em lobos, em aves, em pombos, em àrvore, em fonte. Sò a ninfa Eco se transformou em sua pròpria voz. Em que lìngua falar com um eco?"

Cuidado com o Vazio


Alguém como eu, quando ouviu milhares de vezes a voz do metro que pede cuidado com vazio "entre a plataforma e o trem", "mind the gap", com certeza pensou: "HA HA"! Mas entao esta mesma nao imaginou que, correndo pra nao perder o trem, fosse possivel pisar nesse vazio e afundar sua perna ate a metade do "gap" que, obviamente, I didn't "mind".
Em momentos como este, o ser humano tem duas escolhas: chorar e se lamentar, ou rir porque afinal, a situação foi uma das mais engraçadas cenas do realismo fantàastico vivido em questão. Foi o que eu fiz, e além de alguns roxos, ganhei bons minutos de gargalhadas.
Mas porque normalmente, naquela fração de segundo, nos deixamos levar pelo drama?
Com ou sem avisos, todo mundo cai em algum vazio, nenhuma tragedia grega, por mais que pareça o fim do mundo. Oh, o vento e a chuva pioram o frio... não, não! Tarde perfeita para um cafézinho.
Por hoje é sò, pessoal! Je serais à la plage

quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

O claro da escuridão


Depois de um probleminha com o mundo virtual, escrevo às 6:15 da noite e escuridão. Bom, pelo menos jà estou me acostumando com o frio, ou pelo menos me acostumando a vestir umas infinitas camadas de roupa antes de sair de casa. Aqueles aue estão no Brasil, aproveitem a liberdade do movimento. Porque assim como em qulquer discurso falando da liberdade, a gente sò sente falta dessa, quando casacos prendem atée os movimentos do seu dedinho do pé.
Mas deixa pra là, ontem fui ao Beaubourg ver uma exposição bem completa sobre o movimento Dada, com aquecimento central, bien sur. O lugar, bem organizado para uma arte que usa o acaso, era em labirinto. Fui com um amigo, e talvez um método pra não se perder tenha revirado alguns dadaistas do tumulo, mas valeu apena. Primeiro porque eu descobri que antigamente ser artista num era ser de 'humanas', era entender de tudo,ler e escrever literatura, poesia e cartas, beber em cafes, saber desenhar, etender de fisica, e: matematica.. Nada disso de ficar soh usando tintas coloridas à toa! Sim, artistas conteporaneos! E tudo isso, paras esses geninhos ficarem se exaltando e fazendo elogios uns os outros! Nada de muito envolvimento além do que acontece na cabeça. Num geral, logico.
Mas entao, chega de enrolação que: Premissa A: o amor à Paris é reciproco, Premissa B: a companhia é boa, o que leva à conclusão que eu tenho mais o que fazer.
Au Revoir!

terça-feira, 13 de dezembro de 2005

e agora?


Terça-feira em Paris...
Tudo ainda parece um sonho, eo o frio so conribui pra deixar tudo isso um pouco mais surreal. Se for mesmo um sonho, por fqvor, DO NOT DISTURB. A unica coisa, é que em sonhos bons, não se pensa nesse 'e agora?' Esse é o problema dessas pessoas que pensam demais. Acho que talvez seja so estranho não ter crises. Que seja recusa de mérito proprio, mas é dificil acreditqr que essa viqgem ta mesmo acontecendo, que não hà goiabas, que dàa vontqde de gritqr com aquela voz fina porque q felicidqde é grande e não é so por causa da torre Eiffel brilhando la fora.
Que frio... Mas tà na hora de sair de casa que a felicidade num depende das estaçoes do ano.